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A Moda feminina brasileira nos representa?


No último domingo, o programa Fantástico da Rede Globo ilustrou uma matéria que todas nós, mulheres, já sabíamos! O padrão das medidas de confecções brasileiras não nos atende. Isso se deve ao fato de que 76% das mulheres brasileiras possuem o corpo no formato retangular, sem curvas muito definidas como a moda muitas vezes nos vende.


Segundo a pesquisa feita pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a maioria dos corpos femininos no Brasil não atendem ao padrão conhecido como "violão", o mesmo corpo vendido como sensual pelas revistas de beleza, cinema e publicidade. Apenas 5% da população feminina brasileira se encaixa nesse perfil.


A ABNT coletou os dados através do uso do body scanner, equipamento capaz de medir com precisão 116 partes do corpo humano, pelo qual passaram 6.400 mulheres ao longo de cinco anos. As medições apontaram cinco biótipos principais, predominando a silhueta retangular. A estrutura corporal, ao contrário do formato dos olhos e do tipo de cabelo, não é imutável e depende do meio em que se vive. Segundo pesquisas, 40% dela é genética e 60%, moldada por fatores ambientais.

Você deve estar se perguntando de onde vem a fama do corpo escultural da mulher brasileira no mundo. Entre os anos 1960 e 1980, as publicidades turísticas usavam da imagem sensual feminina para chamar a atenção como um dos atrativos do Brasil no exterior. Acontece que tal forma de divulgação fez com que atos de violência como o sexismo e a misoginia ganhassem força, colocando em risco a segurança de qualquer mulher nascida em nosso país. Hoje podemos dizer que o mercado mudou de posição, retirando globais de biquíni das propagandas de cerveja e até mesmo repensando a forma de exibir a Globeleza no carnaval.


O intuito da ABNT em iniciar as pesquisas foi proporcionar que as confecções repadronizem suas modelagens, atendendo com efetividade as reais necessidades das mulheres que consomem vestuários feitos no Brasil. Assim, será possível aproximar as grades de numeração em todas as marcas sem gerar erros na hora do compra ou qualquer tipo de desconforto.


Como atualmente não há regulamentação, cada marca usa o molde que bem entende. A orientação da ABNT é que, junto com os tradicionais grades (P, M, G, GG) e outras indicações de tamanho, a etiqueta inclua a medida em centímetros de busto, quadril, cintura, entre outras. Grandes redes varejistas, como Renner e Amaro, já anunciaram que vão aderir à nova padronização; o mesmo se espera do mercado de e-commerce, onde não é possível experimentar as peças mesmo contando com uma crescente atuação durante a pandemia.




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