top of page

A origem da Seda

Por que a Seda está presente nos artigos de luxo mais disputados no mercado?

Fonte: Wikimedia Commons


Considerada uma das fibras mais caras e valorizadas do mundo, a Seda também se destaca por ser o tecido mais imitado nas tecelagens por meio de fibras sintéticas, como a poliamida e o poliéster, ou artificiais, como a viscose.


A Seda, assim como a lã, tem origem natural animal e é produzida por lagartas que carregam o seu nome, "bicho-da-seda". O mais comum nas produções da fibra pelo mundo é o uso da lagarta da amoreira, também chamada Bombyx Mori. Informações levantadas pelo site Superinteressante apontam que essa espécie representa 95% da produção mundial do tecido.

História

Originada na China, a Seda carrega histórias folclóricas que contextualizam sua descoberta e seu primeiro uso na indumentária. O pensador e filósofo chinês Confúcio (551-479 a.C.) teria ajudado a divulgar a ideia de que o material foi descoberto pela imperatriz chinesa Hsi-Ling-Shi (ou Leizu) no século XXVII a.C.


A lenda diz que a esposa do Imperador Amarelo se deparou com um casulo do bicho-da-seda dentro da sua xícara de chá ao tomá-la debaixo de uma amoreira. Assim, ao puxar a ponta de fio do casulo após ele ter sido amolecido pela água quente do chá, o fino fio de seda se desenrolou, espalhando-se pelo jardim.


Embora não se saiba a veracidade dos fatos, os chineses foram os únicos fabricantes do tecido durante três milênios. A exportação dos ovos das mariposas e as sementes de amoreira foi proibida por muito tempo pelo governo chinês, condenando os traficantes dos mesmos com pena de morte.


Os europeus só desvendaram o mistério quando o imperador bizantino Justiniano (527 a 565) enviou alguns monges à China, em missão de espionagem. Na bagagem, os supostos religiosos esconderam ovos de bicho-da-seda dentro de bordões de bambu. Foi assim que Constantinopla se tornou o primeiro lugar do mundo fora da China a fabricar a seda. Nos séculos seguintes a sericultura disseminou-se por todos os continentes.

Foto: Met Museum (vestido de seda na cor madre-pérola, 1860–65).


No Brasil

As primeiras mudas de amoreira foram plantadas no estado de Minas Gerais durante o reinado de Maria I "A Louca" (1777 a 1792). Mas a produção do tecido só teve início durante o Segundo Império. A razão para esse atraso foi o tratado comercial entre Portugal e Inglaterra, assinado em 1703, que obrigava a Colônia a importar os tecidos ingleses.


Atualmente o Brasil é o quinto maior produtor de casulos de bicho-da-seda no mundo, de acordo com dados da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM), do IBGE, que mostraram que, em 2016, o Brasil produziu 2,8 mil toneladas de casulos de bicho-da-seda, ficando atrás apenas da China, Índia e Uzbequistão e Tailândia.


Produção

A fêmea do bicho-da-seda pode botar até 500 ovos e ao nascer, as lagartas são alimentadas de folhas de amoreira durante aproximadamente 40 dias, até que estejam prontas para fazer o casulo. Nesse momento, uma estrutura produzida em papelão com divisórias quadradas são aproximadas das larvas para que elas escalem, se posicionem cada uma em um quadrado e ali possam tecer seus casulos.


As duas principais proteínas presentes na seda, a fibroína e a sericina são obtidas a partir de um fluido fibroso produzidos pelas glândulas salivares dos bichos. Essa substância forma o fio com o qual a larva tece o casulo. Esse processo demora de três a oito dias e um único fio pode ter até 1,3 km de extensão.

Ao chegar às fábricas, os casulos são cozidos em água quente e sob pressão com o objetivo de amolecer a goma de sericina facilitando assim o processo de desenrolar das fibras, o processo leva em média vinte minutos e as larvas morrem por desidratação.


Então, os casulos são transferidos para máquinas fiandeiras, lá são desfeitos e transformados em fios. Por fim, são colocados em carretéis e estão prontos para a confecção. Para obter 1kg de tecido de Seda pura, é necessário o uso de 3 mil larvas e e aproximadamente 104 kg de folhas de amoreira.



551 visualizações0 comentário
Moda de rua

Não quer perder nenhuma postagem?

Deixe seu e-mail aqui!

© 2018 by Jade Britto

bottom of page