Existem muitas receitas de como ingressar no mercado de trabalho, mas qual delas realmente funciona? O primeiro emprego é um momento marcante para quem está no início da carreira profissional, apesar da energia e disposição em aprender um novo ofício, a inexperiência é um fator decisivo no processo seletivo.
Ter um diploma não é o suficiente para garantir uma candidatura aprovada, é necessário mais do que conhecimentos técnicos como saber se portar, comunicar de forma clara e objetiva, ser confiante e principalmente ter autoconhecimento o bastante para não deixar com que as inseguranças atrapalhem sua carreira.
Para falar sobre o assunto, convidamos a Psicóloga e Mentora Adriana Britto, natural de Belo Horizonte. Adriana atua com Mentoring, Coaching e Advice que são ferramentas direcionadas para o autoconhecimento e desenvolvimento humano. Estas ferramentas contribuem no desempenho profissional, focando no fortalecimento de habilidades e competências comportamentais.
Foto: Arquivo pessoal Adriana Britto
Quais os maiores receios do recém formado quanto ao mercado de trabalho?
Na minha experiência em sala de aula, uma das principais preocupações dos alunos é se o curso está alinhado a realidade do mercado. Outro questão significativa é a ênfase nas competências técnicas (Hard Skills) e pouco foco nas competências comportamentais (Soft Skills). Uma terceira preocupação é sobre as habilidades para lidar com pessoas que estão relacionadas à inteligência relacional.
Como lidar com a ansiedade e a insegurança no início da carreira?
A questão é essa mesmo, saber lidar com a ansiedade e a insegurança que por certo existe em todo início de carreira. Ainda existe pouca ênfase por parte das faculdades nas questões comportamentais e emocionais, no entanto os profissionais não podem depender das faculdades para aprimorar suas habilidades emocionais e relacionais. Entendo que devem procurar se inteirar da importância dessas habilidades e buscar desenvolvê-las. Temos profissionais bem preparados para ajudar estas pessoas e penso que o início de tudo para lidar com a ansiedade e a insegurança é ampliar seu autoconhecimento, a percepção de si é a base para fortalecer atitudes e comportamentos que o ajudará em sua inserção no mercado de trabalho.
Quais métodos contribuem para que uma entrevista de emprego ou uma conversa de negócios corra bem?
Não sei se seriam métodos, prefiro dizer comportamentos; atitudes. Como mencionei anteriormente, o autoconhecimento é a base. É importante entender quais são suas motivações, seus pontos fortes, oportunidades de melhoria, saber em que situações sente-se mais à vontade, incômodos, dificuldades. Desta forma, poderá ser autêntico, influenciador e perspicaz em situações de entrevistas de emprego ou em uma conversa de negócios.
Existem exercícios cotidianos que ajudam na construção da apresentação pessoal?
Existem metodologias que auxiliam na construção da apresentação pessoal, no entanto é necessário um trabalho anterior de definição de objetivos profissionais para entender qual “imagem” deve ser apresentada para as pessoas.
É possível contratar uma mentoria para atender a essa demanda? De que forma ela é feita?
Entendo que a Mentoria é uma metodologia poderosa para a construção da uma imagem profissional. O processo de Mentoria, resumidamente, é uma técnica com foco no relacionamento onde uma pessoa com expertise, prática e capacitação ajuda outra pessoa no processo de “transformação” fazendo com que essa pessoa passe a ter uma visão mais ampliada com relação a si e a forma de se relacionar no mundo, o que inclui suas relações pessoais e profissionais. Trabalho a muitos anos com mentoria dentro das organizações e essa ferramenta tem auxiliado muito no processo de desenvolvimento das pessoas no que se refere ao autoconhecimento, fortalecimento de competências chaves, preparação de líderes e, principalmente, preparação de profissionais em processo de sucessão. Neste caso, preparo pessoas da linha sucessória que precisam assumir posições de maior complexidade, posições estratégicas ou assumir a condução de uma empresa dentro da linha de sucessão familiar.
O novo cenário do mercada de trabalho demanda não só competências técnicas (cursos acadêmicos, línguas, certificações) mas, principalmente, competências e habilidades humanas direcionadas aos relacionamentos.
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