O que seria da moda se todos os tecidos fossem lisos, variando apenas a cartela de cores? A Estamparia surgiu como uma ferramenta de possibilidades criativas infinitas, possibilitando que Designers e Estilistas criassem peças exclusivas que atendessem qualquer público. Para falar sobre o assunto, convidamos o Designer de Superfícies mineiro Éder Jorge.
Natural de Belo Horizonte (MG), Éder Jorge de Almeida se formou em Gestão Financeira no Centro Universitário Newton Paiva, mas descobriu a sua paixão por técnicas manuais, reprodução de imagens e processos quando iniciou o seu primeiro trabalho, em 1982, estampando em painéis fotográficos para agências de publicidade.
"Em 1984 conheci a estamparia têxtil e minha paixão pela serigrafia aumentou ainda mais.
No princípio só trabalhava com localizados e imagens chapadas, porém, sempre em busca de conhecimento (eram escassos) aprendi a utilizar retículas, traços e lineaturas técnicas cada vez mais específicas para reproduções em série com qualidade fotográfica, mas sem deixar de lado a linha mais comercial que são os traços", completa Éder.
Foto: Acervo pessoal Éder
Como começou na estamparia?
Comecei a estampar em painéis fotográficos para agências de publicidade no ano de 1982, em 1984 conheci a estamparia têxtil e minha paixão pela serigrafia aumentou ainda mais. No princípio só trabalhava com localizados e imagens chapadas, porém, sempre em busca de conhecimento (eram escassos) aprendi a utilizar retículas, traços e lineaturas técnicas cada vez mais específicas para reproduções em série com qualidade fotográfica, mas, sem deixar de lado a linha mais comercial que são os traços.
Quais são as técnicas para estampar?
As técnicas de estampar são várias, cito aqui, por ordem cronológica, as mais utilizadas:
Pintura manual em tecidos: pode ser feita com pincéis, buchas, estopas e com o que a imaginação e capacidade permitirem, neste processo temos uma infinita gama de temas onde o resultado está diretamente relacionado à capacidade profissional e artística de quem o utiliza.
Estêncil: é um molde vazado que pode ser feito com papel, papelão, acetatos, radiografias e qualquer substrato que aceite o recorte. A vida útil deste molde depende do material a ser utilizado, os melhores resultados são com acetatos e radiografias.
Carimbos: para uso profissional são confeccionados em madeira resistente a água, mas também podem ser utilizados carimbos comuns e, assim como o estêncil, a qualidade no acabamento depende da habilidade de quem utiliza.
Serigrafia (silkscreen): é o processo mais versátil e utilizado, permite impressões em qualquer tipo de material (planos, irregulares, cilíndricos, tecidos, papéis, plásticos, vidros etc). Na estamparia têxtil é o processo mais utilizado tanto para pequenas quanto para grandes produções, para localizados e corridos, com matrizes planas ou cilíndricas, manual, automatizado ou misto.
Termo transferências: são processos de impressão indiretos onde as imagens e textos são impressos em papéis específicos, com tintas ou corantes próprios para cada tipo de superfície ou substrato, para depois serem transferidas a quente por prensas ou calandras.
Foto: Acervo pessoal Éder
Como escolher corretamente a superfície a ser estampada?
As superfícies a serem estampadas precisam ser escolhidas de acordo com a proposta de trabalho e do resultado esperado, é preciso analisar qual será o uso e composição desta superfície para determinar qual o processo ou técnica a serem utilizados, é preciso também ter parceiros que nos ajudem a escolher, afinal estamparia é um processo coletivo onde o resultado final depende do compartilhamento de informações.
É possível montar um ateliê de estamparia em casa?
Montar um ateliê em casa é possível sim, o primeiro passo é determinar qual será sua linha de trabalho para adaptar um espaço de maneira adequada, é preciso também ter um mínimo de conhecimento sobre os equipamentos e insumos a serem utilizados. Participar de cursos rápidos e treinamentos com assistência e ou consultoria também são de grande importância para conseguir um bom resultado.
Foto: Acervo pessoal Éder
Qual o seu ponto de vista sobre o mercado do Design de Superfícies?
O mercado de Design de Superfícies é muito concorrido e está em constante evolução, é um investimento de longo prazo que com o devido planejamento, pode assegurar uma confortável qualidade de vida. Aliar processos manuais que permitam pequenas e exclusivas produções tem se mostrado uma forma de se destacar no mercado, no último ano observei um sensível aumento na procura por estes serviços. Ter parceiros confiáveis para aceitar grandes produções sem aumentar a área de trabalho também é fundamental para continuarmos no mercado.
Para conhecer mais sobre o trabalho do Éder, entre em contato pelo email: ederalmeida@hotmail.com.br.
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