Bonita demais para ficar escondida, a lingerie ganha um crescente número de adeptas de todos os estilos e passa a estrelar os looks do dia a dia.
Foto: Tom Ford Inverno 23 / Reprodução.
Adeus, alça de silicone transparente e sutiã em tons de pele. Foram-se os dias em que a lingerie deveria ficar escondida, ou até invisível. Em continuidade a um movimento que vem ganhando força gradativa, uma das principais tendências deste 2023 é a roupa íntima à mostra. A tendência deu as caras em vários desfiles da temporada, incluindo a marca Tom Ford. Outra febre são os conjuntos de seda ou algodão da Miu Miu. Desde o desfile de verão 2022 – o das minissaias ainda mais mini –, a busca pelas peças só cresce, temporada após temporada.
“Hoje a mulher está mais bem resolvida com o seu corpo. Existe mais aceitação. E como no Brasil temos a cultura de colocar o corpo para jogo, abraçamos essa tendência com facilidade”, diz Letícia Correia, fundadora da Ava Intimates. A marca nasceu em 2015 com a vontade de acrescentar um pouco mais de informação de moda às peças íntimas. Para isso, elementos do prêt-à-porter são aplicados nos underwear. “Nossas taças cobrem mais os seios, têm mais tecido. As alças são decoradas com alguma padronagem ou textura. Também brincamos muito com a combinação de materiais”, exemplifica. “Levar a lingerie para a rua é o meu principal objetivo, seja por meio de um sutiã que aparece um pouquinho numa camisa desabotoada, seja num body de renda usado como blusa”, diz a estilista.
Foto: Coleção OH STUDIO!
O desejo de trazer uma nova linguagem à lingerie também impulsionou a gaúcha Cibeli Gonçalves a empreender com uma marca própria, a Oh Studio. Lançada oito anos atrás, o negócio começou focado em mães-recentes, porém logo expandiu para abraçar outros nichos de mercado. “Quando me vi mãe e amamentando, não encontrava nenhum sutiã de maternidade que eu gostasse. Queria uma peça elegante, bem pensada que contemplasse esse momento bonito de alimentar e criar um ser humano”, comenta a designer.
As duas designers são provas e testemunhas do aumento de pessoas em busca de itens de underwear, que de under só tem nome. Entre os modelos mais desejados estão as hot pants e partes de cima com fechos imperceptíveis – “elas odeiam quando aparecem”, garante Letícia.
Foto: Coleção Jogê.
E não são só as marcas independentes ou focadas em nichos específicos que engrossam o coro desse movimento. O crescimento no interesse do público também é percebido por Ângela Coelho da Fonseca, diretora da Jogê. Por lá, os best-sellers são os sutiãs estilo triângulo sem bojo. De acordo com ela, esses modelos foram criados através do gosto da clientela. “As vendas (dos sutiãs com bojo) despencaram. Isso é um traço do empoderamento feminino, da aceitação do corpo e da libertação do silicone”, aponta, em referência ao aumento no número de cirurgias para retirada de próteses.
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Fonte: ELLE
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