Os conhecimentos ancestrais estão mudando a forma de se fazer moda.
As práticas de tingimento natural não são nenhuma novidade, até a segunda metade do século XIX os tecidos eram tingidos por elementos da natureza como as folhas, flores, frutos, legumes, ervas, castanhas, mariscos e até mesmo insetos, todos com cores e tonalidade únicas. Muitas cores eram difíceis de serem encontradas, como por exemplo o roxo que se tornou por anos exclusividade do clero e da monarquia, se tornando um símbolo de riqueza e poder.
O Brasil possui uma diversidade abundante da flora, mas ainda não é o método mais utilizado entre as confecções de estamparias e tingimentos, o cenário atual do consumo consciente tende a mudar esses índices em pró de uma moda sustentável.
Para a criação de peças feitas a partir de tingimentos naturais é necessário que a fibra utilizada também seja natural, como o algodão, a lã ou a seda. O processo é feito em água fervente, por isso é preciso uma panela grande, uma colher de pau e um coador. Após o tingimento, é necessário acrescentar um agente fixante na peça para fixar o corante nas fibras e não perder a cor durante as lavagens.
“As folhas externas do repolho, por exemplo, podem produzir alguns tons suaves de verde. Com o repolho roxo, obtém-se o roxo, o lilás e até mesmo alguns tons de azul. A beterraba é responsável por oferecer um tom vibrante de magenta. Para marrons mais quentes, use as cascas de cebolas ou chá preto. Para obter um amarelo dourado, utilize cúrcuma ou açafrão. Para laranjas vivos use folhas de Eucalyptus cinérea. Para um suave amarelo ou cinza, use as cascas da romã. Para o índigo, utilize feijão preto.” São dicas da Cores e Tons, empresa de estamparia e tingimento têxtil.
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