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Para onde caminha a Indústria Têxtil no Brasil?


O mercado de moda possui diversas áreas de atuação, sendo um deles o segmento têxtil. O Brasil é o quinto maior produtor de tecidos do mundo e o maior de todo o Ocidente, também ocupa as posições de quarto maior do mundo em produção de malhas e denim. É autossuficiente na produção de algodão, entre outras fibras naturais favorecidas pelos nossos fatores climáticos e geográficos.


Apesar de tantos benefícios e avanços na área, a Indústria Têxtil sofreu mudanças sérias devido ao momento pandêmico em que vivemos, assim como a economia de maneira geral. Pensando no futuro do segmento têxtil, convidamos o economista e engenheiro têxtil Júlio Caetano para falar sobre as perspectivas e sobre a preparação do mercado no setor.


Júlio é natural do Rio de Janeiro, formado em Economia e Engenharia Operacional Têxtil, atuando no mercado no segmento de exportação de produtos têxteis e representando máquinas e equipamentos têxteis nacionais e importados.

Por qual razão a Indústria Têxtil brasileira trabalha com matéria prima e produtos de fabricação têxtil (tendências) proveniente de importação?

Pelos meus conhecimentos, mais de 70% da produção têxtil brasileira é relacionada com a Fibra de Algodão; ultimamente soube que trata-se de 50%. O Brasil produz inúmeras Fibras Vegetais, Minerais, Animais, Sintéticas e Artificiais. É comum a importação de Matérias Primas, em função de quebras de Safras, Matérias Primas com especificidades especiais, desconhecimentos dos Profissionais Têxteis.


Quais fatores impedem o Brasil de trabalhar com matéria prima nacional?

Algumas especificidades especiais, desconhecimentos técnicos, trabalho de marketing direcionado à moda.


De que forma a indústria têxtil brasileira poderia desvincular os laços de importação de tecido dos países asiáticos?

Estudar e conhecer as fibras naturais, artificiais e sintéticas quanto às suas propriedades, determinando suas utilizações em função de nosso Clima Tropical, buscando o melhor conforto e asseio pessoal.

De que forma o segmento Têxtil poderia ressurgir pós-pandemia?

Nosso cultivo da Fibra de Algodão coloca-nos hoje como o 2º maior exportador do mundo, com tendência de melhorar. Necessitamos usar nossos conhecimentos de 4º produtor de confeccionados no mundo, e 5ª indústria têxtil do mundo, ofertando produtos industrializados ao invés de Matérias Primas. Estas posições no mundo demonstram que temos expertise para tal alteração na pauta de exportação. As Escolas Têxteis, a Associação Profissional (ABTT) e a Associação Empresarial (ABIT), necessitam ser convencidas desta possibilidade. Necessitam aceitar o diálogo, trocar ideias, reflexões, para juntos encontrarem o caminho. O Brasil já foi exportador de produtos têxteis, perdendo o posto por exportar Fios de Algodão por valores abaixo do praticado no mercado interno, ao ser punido com 12% de imposto “ad valorem”; com o término da política de “quotas têxteis” executada depois de 10 anos de pré-aviso, quando as Empresas brasileira deixaram de ter concorrentes locais, para internacionais, sem terem se preparado para tal, por desacreditarem da determinação da OMC.


Além de treinamento e desenvolvimento dos profissionais têxteis brasileiros pelo sistema S (Sesi,Senai,Senac) e universidades voltadas para o segmento têxtil, de que forma os profissionais podem se preparar para o mercado?

O CETIQT antigamente preparava seu corpo docente, enviando para estudos e formações em centros têxteis internacionais.


O Brasil tem tecnologia e capacitação profissional capaz de desenvolver e oferecer tais conhecimentos? Outrora inúmeros países do mundo fabricavam Máquinas e Equipamentos Têxteis; hoje há uma especialização tecnológica concentrada em poucos países, bastando que permanentemente estejamos alertas para os lançamentos “state of the art”, buscando, analisando, estudando seu “pay back” para determinar a hora precisa de troca. Nossos carros, aparelhos celulares, lap tops, são trocados com uma velocidade sem nenhum estudo destes que prego para a atualização tecnológica de nossa cadeia têxtil.




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